terça-feira, 17 de julho de 2007

Pequenos palhaços de circo...



Me dopem sempre...

Sabe aqueles dias em que a dopamina está em alta nos nossos corpos...aqueles dias em que a gente se diverte tanto, aqueles dias que a gente se sente tão feliz, que a gente faz tantas coisas boas...aqueles dias que parecem festas de Reveillon intermináveis...

Esses momentos “dopantes”, que a gente consegue com pequenos gestos, com “pequenas” pessoas, com pequenos minutos, com “pequenas” alegrias nesta imensidão da vida...são aqueles que nos lembraremos para sempre.

Por mais que nosso “winchester” não processe tão claramente eles em algum tempo mais longínquo, ainda assim recordaremos todo nosso “doping”.

Nossa embriaguez cerebral se faz com pequenas e inofensivas drogas, receitadas pelos mais diversos médicos...tipo doutores da alegria. Que não curam o câncer, mas amenizam a dor, e auxiliam na recuperação de dias enfadonhos.

Por isso a vida deve ser um circo, dopante, com palhaços da alegria espalhando curas para nossos cânceres. Palhaços que aparecem dos mais diversos circos. Com nariz vermelho, com maquiagem forte, cabelos desarrumados, com tambores na mão, e sorrindo em demasia.

Tudo isso são pessoas: a melhor droga da sua vida, o “doping” de alegria constante. Por isso, talvez, que segundas-feiras às vezes são tristes, de más notícias, de dias frios, sem sol, sem alegria no rosto dos transeuntes. Porque a embriaguez constante acabou, por alguns dias, por algumas horas.

Você se resigna, acabou o Fantástico, acabou até a Mesa-redonda. A dopamina chora, suplica por um retorno, e você...se resigna, lamenta e dorme. Acorda e conta os dias para que os doutores lhe receitem novos remédios.

E até mesmo por essa lamentação, o sábado e o domingo são chamados de final de semana. E não começo de semana. Porque a vida deve terminar feliz...e não acabar triste. Passam-se os dias, e corpo vai se reestrurando, esperando a chegada do circo, esperando os palhaços, os domadores, esperando os “micos”. Vida de macaco. Até na selva vivemos. Que às segundas-feiras sejam anuladas mentalmente de nossas vidas, e que o doping do circo seja perene até quando o durar o espetáculo.
(Marcelo Tárraga)

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Tudo evapora e flutua


FÍSICA NATURAL

Se eu visitasse a Lua um dia desses eu iria querer descobrir os segredo da gravidade, mas não para ser astronauta, e sim para aprender a flutuar.

Flutuar como a gente faz nas ondas do mar, como a gente faz quando nos embriagamos de alegria, de bebida alcoólica, quando nos entretemos com uma dança, com uma leitura, com uma bela visão, com o sublime amor, quando ganhamos uma bolada, ou quando saímos ileso da morte a nós fadada.

Estamos é cheio de fadas, que nos deixam ganhar boladas, ou nos apresentam novas leituras e novas bebidas em noites um tanto quanto geladas.

Gelada, ou até mesmo quente, como a vida da gente...de pedra de gelo sólida nos derretemos, viramos liquido que evapora.

Evaporar é assim como flutuar, transforma passagem do liquido para outra forma que não conhecemos. Volátil. Assim como todos.

Como todas aquelas pessoas que passaram por todos os momentos de todas as suas vidas; uma vida aos 10 anos, outra aos 15, depois a vida dos 18, a vida dos 25, dos 35, dos 40, 50, 60...e por aí ela cresce, ou desaparece.

Desaparece como peixe n’água, que em um segundo estava em nossas mãos e em outro se solta do anzol e nada por caminhos desconhecidos.

Quantos desconhecidos conhecemos, ou encontramos? Quantos conhecidos se tornaram desconhecidos, ou quantos conhecidos ficaram esquecidos? Quantos peixes existem em nossas vidas?

Somos formados, então, por essa gravidade, que às vezes se flutua, outrora só se mexe, e outras tantas nos remexe.

Mudando do liquido para o sólido, do sólido para o liquido que se transforma em gasoso, evaporando... alegrias, tristezas, fadas desconhecidas e fadas amigas.

Umas fadas um tanto cansadas, outras fadas relaxadas e existem aquelas animadas. Vida da densidade. Demográfica, física, ou apenas denso, intenso, imenso.

Sentimento sem fim, titubeante, duvidoso, esclarecedor e gostoso.

Gostoso é flutuar, seja na terra ou na água do mar. Gostoso seria conhecer os segredos dessas leis naturais. Quem não gostaria de somente flutuar pela lua?
(Marcelo Tárraga)

PARA QUE TER AMIGO??

O Mar e a embarcação

Pra que ter amigo?
Para que o quê?
É só perguntar para a Tetê, para a Mariê, para a Raquelê, o Astalelê, o Dieguê, o Gabriê a Danê, a Eriquê...
E tantos outros fuzuês...
Que a gente faz no samba do anoitecê...
Amigo é para se ouvir, e saber se calar.
É chorar e deixar passar...
É uma alegria, com ar de nostalgia
Ah que saudade de você!
Sempre que tem fuzuê...eta amizade Sambalelê.

É passar o domingo, o sábado, o feriado, ou o quando vc quiser, sem saber que horas são,
Ou que horas eram, quando vc me conheceu...
E porque?
Porque amigo é assim...
Sem querer, sem saber, sem hora, sem dia, acontece por acontecer;
Sem proa e sem popa,
Mas com um mar imenso, cheio de período tenso
Para um; para o outro, para ambos; entre eles...
Mas briga ali, beija cá, abraça um pouco e chora que já vai passar...
Nossa! E o tempo é que passa! E a nossa nostalgia volta em forma de fumaça...

Vai solta com o vento, embaça, e às vezes nos sufoca com vontade de ver.
Ei amigo, onde está vc? Que longe! Que perto!
Lembra daquele dia? Precisamos nos ver!
É prazeroso te ver agora. Estar contigo a qualquer hora.
Navegar neste mar que o tempo leva e a fumaça esconde toda hora.

Mas amigo é assim...livre como a água que navega esta nau...
Vai para todo lugar sem pedir aval,
Desembarca ali, atraca aqui.
E outrora, novamente, volta da onde saiu para ir embora...

A minha casa torna-se sua a qualquer hora
E minha alegria é só um pouco triste quando te vê ir embora...
Bater a porta e sair, ou falar que nos veremos amanhã.

Se todo amor fosse uma verdadeira amizade, a vida seria uma eterna liberdade,
Se todas as vidas fossem providas de grande liberdade, viveríamos num mundo de verdade..
cheio de armamentos com pólvoras da alegria, e com um sol que queima risos em demasia...

Demasiado somos nós, que temos amigos como pedaços da gente.
Mais fortes, menos fracos, mais astutos, desprovido de mente.

Melhor ser assim. Melhor de qualquer forma. O bom de ter um amigo é que eles não tem forma. Claro, são formados! Às vezes desinformados. Muitas outras superformados, ou estimados, desestimulados, acabados, adorados, alegremente amados.

E o que se forma nestas grandes “histórias” são epopéias e laços tênues, ou de maior mundana ternura; mas, se porventura, esta amizade for forte o bastante, pode ter certeza, que para sempre ela dura.


(Marcelo Tárraga)