sexta-feira, 24 de abril de 2009

FMU - Faculdade das Misérias Urbanas






"Qualquer 'trocadinho' é bem recebido..."



Todos dizem a frase clichê: Não dê esmola, dê futuro. Muitas vezes passamos na rua ao lado de um pedinte e ficamos na dúvida: Será que dou uma moedinha para ele? Será que ele vai se acostumar e ficará pedindo esmola para sempre; nunca saíra dessa? Nossa, ele já te bem velhinho, vou ajudar! Não posso dar esmola, eles vão comprar droga, bebida. Aí que ta! Baita dúvida eterna. Somos sempre acometidos pelo fato DÓ! Coitaaaado!!! Evito dar por alguns motivos pessoais. Alguns dizem que esmola não tem a ver com questão de pobreza e sim em muitas vezes com questão familiar, estrutural, social. Porém, dia desses me deparei com um novo formato da esmola. O que por mim foi denominado “Marketing esmoleiro”. Nada pejorativo. E sim, criativo. Passei por um senhor beeem idoso que pede esmola em frente a um centro espírita. Todo dia ele está lá. É triste, mas não dou esmola. Não ajudaria em quase nada aquele senhor sair da vida de pedinte ficar dando moedas diárias. Mas certo dia passei por ele e fiquei intrigado.



Ele tinha um pratinho rosa com pouquíssimas moedas (muitos guardam os níquels que conseguem para mostra que “estão mais pobres do que parece”). Dentro desse pratinho havia “moedas equillibristas”. Isso mesmo!! Ele deixou as moedas em pé e equilibrou uma em cima da outra. Incrível. Não que seja uma mágica a la “David Coperfiled”, mas o velhinho conseguia equilibrar 5 moedas em pé, sobrepostas. Demais. Passei por ele, fui almoçar. Na volta parei. Perguntei como conseguia. Ele, todo simpático, mostrou: um simples imã embaixo do prato conduzia as moedas equilibradas. Mereceu. Nunca dei moeda para ele. Mas nesta hora, tirei os poucos nacos do bolso e depositei em suas mãos. Não ajudei aquele senhor, eu sei. Mas ele fez por merecer suas “afanadas” moedinhas. Ele não joga as chatas bolinhas no farol (que, convenhamos, já perdeu a graça). É, na verdade, mais um marketeiro do mundo das esmolas. E nessa ele foi criativo, inovou, digamos. Vamos lá, qual o próximo truque do “Fantástico circo das Esmolas”!?