sábado, 29 de maio de 2010

Entre vestidos, vozes e ventos

Ela falava o que queria.

Ele ouvia o que não queria.

Ele falava o que queria.

Ela ouvia o que não queria.

Vozes sem sentido, vozes sem vestido, sentido sem voz.

Sentimento veloz.

O vestido se rasgou.

A voz se estragou.

Ele continuava falar o que queria,

E ainda ouvia o que não queria.

Ela falava o que não sabia,

E ouvia o que não queria.

Quanta agonia!

Quanta alegria!

Quanta folia!

Quanta fobia!

Quanto tempo e quanto vento.

Gelado.

Frio.

Quente.

Calado.

Quem sente?

Como sente?

E a mente?

Quando aconteceu com a gente?